sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ateliês e confecções de Belo Horizonte têm modelos de Jacques Leclair

O estilista Milton Rodrigues foi convidado para participar da producão da novela Ti-ti-ti.

Enquanto Jacques Leclair e Victor Valentim, interpretados pelos atores André Borges e Murilo Benício, fazem uma verdadeira guerra de agulhas, tesouras e tecidos na novela Ti-ti-ti, estilistas da vida real comemoram a boa fase de seus negócios. Ateliês e confecções de Belo Horizonte, inclusive, estão emplacando diversas peças na trama regravada pela TV Globo e esperam colher resultados ainda melhores até o fim do ano e reforçar o valor da moda mineira voltada para festas. Segundo o vice-presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário no Estado de Minas Gerais (Sindvest/MG), René Wakil Júnior, a previsão é de que as vendas do setor, de forma geral, cresçam cerca de 15%, este ano. No entanto, profissionais e empresas especializados em produções de alto padrão devem registrar um resultado ainda melhor, com expansão entre 20% e 25%. "Sempre que a moda é destacada, há um impulso aos negócios. Nesse caso, vai atingir um segmento voltado para um público que não liga pagar mais caro pelo que é exclusivo", observa.

Entre os estilistas que já comemoram a valorização de suas produções está Milton Rodrigues, que conta com ateliê no Bairro Prado, um dos polos de moda da capital. Com 36 anos, ele nasceu em Sousa (PB), mudou-se para Goiânia (GO), onde despertou para a moda com apenas 13 anos - ao começar a trabalhar em uma confecção -, e está há quase 10 anos em Belo Horizonte. "A cidade já era referência em moda e contribuiu para o meu crescimento", conta o estilista, que teve seis de suas peças emplacadas no desfile de lançamento da Ti-ti-ti em Montes Claros, no Norte de Minas, com a ajuda de uma revendedora local, Maria do Socorro de Souza, da SL Store.

"Daqui vendo para o Brasil todo", conta Rodrigues, que agora acompanha a novela na expectativa de suas criações aparecerem na TV com a assinatura de um dos principais personagens da trama. Ele fica impressionado de ver como a história reflete a realidade do seu trabalho. "Os sonhos que têm parece que arrancaram da gente", diz, lembrando que não poderia ter uma motivação mais positiva para os negócios. Ele vende cerca de 80 vestidos de festas por mês, ao preço médio de R$ 1,6 mil. Mas agora acredita que sua produção mensal pode passar das 100 peças, sem contar as feitas sob encomenda para noivas, que custam a partir de R$ 2,8 mi. "Este é um bom momento. Só não consigo crescer mais porque faço questão de que todas as criações passem pela minha mão".

O estilista Fernando Silva(foto), de 28 anos, lançou o projeto de sua marca Fleche D'or, há quase um ano, e algumas de suas peças já foram separadas pela produção da Ti-ti-ti para compor o figurino da personagem da atriz Claudia Raia, Jaqueline Maldonado. "Levaram nove vestidos", conta, animado. Para o estilista, que trabalha na área há cerca de 10 anos assinando coleções de diversas grifes, esse é um mercado muito promissor "voltado para clientes que querem peças exclusivas ou especiais e não têm dó de investir". Prova desse potencial pode ser vista em seu quadro de funcionários: ele abriu sua empresa com apenas três empregados e já conta com 20.

A proprietária e estilista da Vivaz, Elizabeth Faria, garante que a vaidade da clientela está mais aguçada com o passar do tempo. "Mesmo para batizados, hoje, há muita procura por vestidos", afirma. Ela conta que está vestindo muito na novela Ti-ti-ti.


A maioria das peças que já foram exibidas na trama, vendidas em média por R$ 2,5 mil, estão entre as criações de Jacques Leclair. Na opinião de Beth Faria, o reflexo desse novo impulso vai poder ser visto nas suas vendas, que tendem a crescer até 20%, neste ano. A presidente da Coopermoda, Ângela Sampaio, conta que 10 das confecções que fazem parte da cooperativa de moda mineira, estão com peças na novela. "É uma vitrine e vai ser ótimo para os negócios", garante.
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Estado de Minas

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